"[...] é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados" 2Mc 12, 46.
A Igreja Católica celebra e dedica o dia 2 de Novembro com mortificações e sacrifícios pelas almas dos fiéis falecidos que padecem no Purgatório. Mas o que é Purgatório? Por qual motivo fazem esses atos? O que ocorre de fato após a morte? O que é a Morte?
Responderemos as perguntas, não na ordem que foram feitas, mas na ordem de melhor compreensão, trataremos então primeiramente de morte. Lembrando que por todo o mês de Novembro, os tópicos serão melhor abordados.
O que é a morte?
A morte é "a paga do pecado" (Rm 6,23). Como diz o Catecismo da Igreja Católica: 1008. [...] Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. Entretanto, quando o pecado entrou neste século¹ por meio dos atos de nossos primeiros pais, ela foi "portanto contrária aos desígnios de Deus e entrou no mundo como consequência" desse ato.
Mas apesar disso e também de todo o sofrimento sentido pelos entes viventes dos fiéis purgantes por conta de suas mortes, após a ressurreição de Cristo ninguém deve se desesperar pela falta causada pela morte dessas pessoas nesse mundo e nem por preocupação do destino de sua alma, pois "a obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção" (número 1009 do Catecismo da Igreja Católica). Mas isso não nos impede de contribuir para a purificação de sua alma no Purgatório, como iremos tratar adiante.
O que acontece de fato após a morte?
Logo após a morte natural, quando a alma se separa de seu corpo e este volta ao pó do qual antes foi criado, ela se encontra em seu juízo particular em frente ao próprio Cristo como Juiz e Maria Santíssima como advogada. Pois como diz o Catecismo da Igreja Católica: 1021. A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina.
"Se já morremos com Ele,
também com Ele viveremos".
Desse modo como diz São João da Cruz em Avisos y Sentencias "No entardecer de Nossa vida, seremos julgados sobre o amor". Como completa o Catecismo da Igreja Católica no número 1022 "Cada homem recebe, em sua alma imortal, a retribuição eterna a partir do momento da morte, num juízo particular que coloca a vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre" ao inferno.
O Purgatório
Sobre a purificação final o Catecismo da Igreja Católica diz no número 1030 que "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na glória do Céu".
Mortificações e Sacrifícios em Função das Almas Purgantes
Sobre isso São Gregório Magno reflete em Mt 12,32 e diz que "dessa afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro" completando que exista este fogo purificador para as almas que carregam faltas veniais no ato da morte e as levem a ser apresentadas no Juízo Particular.
O Catecismo da Igreja Católica diz no número 1032 que: Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos. Da qual a Sagrada Escritura fala (2Mc 12,46).
Levando-nos então a - simples, porém de suma importância - obrigação de rezar e rogar a Deus pelas almas que padecem e anseiam por se encontrar com o Amado a fim de que sejam purificadas e entrem pelos os portões celestes.
A Igreja não se dedica somente a essas almas no dia 2 de novembro, mas sempre que possível em especial zelo nas segundas-feiras. Mas neste mês dedicado a lembrar de todos os santos e fiéis defuntos além de nos levar a refletir a sobre a nossa própria morte (Memento Mori) nos concede pela Graça de Deus a possibilidade de conquistar indulgências plenárias por nossos irmãos da Igreja Purgante a fim de lhes conquistar o fim de sua espera e purificação. Nesse ano de 2020 o Sumo Pontífice abre ainda mais o leque para garantir o recebimento da indulgência por conta da pandemia sobre o Vírus COVID-19 dizendo que a indulgência será concedida durante todo o mês e não somente até o dia 8 como era de costume.
Uma confissão sacramental bem feita;
Rejeitar todo pecado;
Participar da Santa Missa;
Comunhão eucarística com esta intenção;
Orações pelo Santo Padre (ao menos um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai);
Visitar o cemitério e rezar pelo falecido.
Lembrando que, quando fora da semana dos falecidos, o item 6 pode ser substituído por um terço/rosário em família diante de um oratório, via-sacra na Igreja, adoração ao Santíssimo Sacramento ou leitura Bíblica meditação com tempos mínimos de 30 min. (Fonte: AQUINO, Felipe. Formação. Canção Nova).
E nós?
Nós devemos fazer aquilo que manda a Santa Mãe Igreja. E nos lembrarmos de sermos sempre humildes e obedientes a Ela. Precisamos ser caridosos com nossos irmãos que purgam na Purificação Final, assim eles serão, também, nossos intercessores no céu quando virem a Face de Deus como ela é, além do que já fazem e intercedem do Purgatório.
Ó Maria Concebida sem Pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Amém.
Salve Maria!
À equipe de catecismo, @romanaecclesia.
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