Reflexão Catequética e Litúrgica - 23º Domingo depois de Pentecostes
Do 08.11.2020 | 2ª classe | verde Liturgia Tradicional
Muito há sempre do que se refletir a respeito dos ensinamentos de Cristo quando dito ao povo ou aos mestre das sinagogas sempre que temos acesso. Entretanto no dia de hoje o Senhor aproveita um ocorrido em Sua vida em terra, neste século, para também nos mostrar a verdade. A verdade sobre nossa fé.
Muitos vêm a esta passagem para dizer “somente basta a fé para salvação das almas", usando de maneira mesquinha a cura das duas mulheres como se bastasse somente crer em Cristo (não negando ser isso o princípio do conhecimento da verdade) para que almas sejam salvas e corpos curados. Mesmo não tendo a verdadeira fé, deixando de seguir princípios deixados pelo Cristo, inclusive Sua Igreja.
Em ambos os momentos ditados pelo evangelista foi necessário que o Senhor visitasse as enfermas, que seu corpo ali estivesse presente, seja pelo toque dado à filha do príncipe da Sinagoga seja ocultado pelo véu, que ali é sua túnica, ao curar a enferma do fluxo de sangue. Como diz Santo Tomás em sua Suma Teológica: “A enferma prometeu-se que havia de receber a saúde com o toque da túnica, e o Senhor acudiu a declarar que a virtude milagrosa que a sarou não era da túnica, senão do seu corpo, para que a seu corpo se atribuísse, e não à túnica, posto que a tinha vestida”.
De mesmo modo podemos ver que se dá uma reflexão a nós cristãos. A Santa Igreja fundada por N. S. Jesus Cristo é o corpo místico d’Ele, onde Cristo é a cabeça e nós somos os membros regidos por ela. Não há como uma alma se salvar sem tocá-la, se não nela ingressar por meio do batismo.
Não há de mesma forma como salvar-se aquele deixar de pedir, deixar de agradecer, louvar, bendizer, e de tocar a Cristo, de comunga-Lo.
Assim como a enferma atormentada pelo fluxo de sangue teve fé e pediu tocando a Cristo, entrando em comunhão com a vontade dEle. Assim nós devemos fazer ao entrar na fila para receber a Sagrada Eucaristia. A espécie pelo lado visível é o véu que oculta o Corpo do Senhor, pois no invisível esta de fato o corpo, sangue, alma e divindade do Cristo, que indivisível em cada pequena partícula age em cada um que comunga licitamente, pois “se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue tem a vida eterna" Jo 6,53-54.
Mas também não nos enganemos, como dito anteriormente são bases de uma única tradição passadas de geração em geração de bispos e presbíteros sucedidos apostolicamente na única Igreja do Senhor. Não são todas as “igrejas" e sim a única e própria quem possui esse poderio entregue pelo próprio Deus.
Façamos então sendo enfermos como somos a exemplo da mulher do fluxo de sangue o toque de fé que tanto precisamos ao comungar, mesmo que toquemos a Cristo "apenas por cima de suas vestes sacramentais", pois ali está o Senhor, ali está nossa cura e salvação. Lembrando que como disse o Pe. Paulo Ricardo, assim como Jesus procura na multidão quem o tocou, na fila da comunhão quando alguém comunga em estado de graça, Cristo exclama "Alguém me tocou, alguém comungou, alguém finalmente me comungou!".
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado.
E Nossa Mãe Maria Santíssima. Santo Domingo.
As: a equipe litúrgica, por um catequista.
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