Reflexão Catequética e Litúrgica - 24° Domingo depois de Pentecostes
verde | Do 22.11.2020 | 2ª classe Liturgia Tradicional
Primeiramente, um santo dia para vós, caros irmãos leitores. Como bem devem saber, hoje, no calendário não tridentino, o da missa nova, se celebra a Festa de Cristo Rei enquanto no evangelho tradicional, como seguimos nesse site, a festa em questão aconteceu no dia 25 de outubro deste ano. Mas gostaria de aproveitar o evangelho de hoje, que fala sobre a vinda do Senhor, para comentar também sobre o título de Nosso Senhor, Cristo Rei do Universo.
Logo no início Jesus alerta os discípulos dizendo “Quando virdes a abominação da desolação, anunciada pelo Profeta Daniel, reinando no lugar santo, que aquele que lê entenda”. Essa desolação dita pelo profeta se diz a respeito de fatos históricos que ele professava que podem já ter se cumprido.
Porém quando Cristo retoma a essa passagem de Daniel, ele mostra essa desolação como o princípio de sua vinda. Mostra como a base ou motivo d’Ele voltar. Dá um novo significado a passagem, transfigura o fato para mostrar a verdade.
Essa desolação e essas tribulações que estariam reinando no lugar do sagrado, podem ser tanto as profanações que hoje acontecem em muitas de nossas comunidades quanto o momento em que tiramos o reinado de Cristo de nossos corações e acabamos por dá-los aos demônios que nos afligem, para que eles reinem e dominem nossa alma.
Essas desgraças que atingiram, atingem e atingirão os cristãos se dá muito pelo surgimento de novos cristos aqui e acolá, como diz o evangelho. Mas Cristo deixa claro que não devemos acreditar nestes falsos profetas e suas falsas igrejas “pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas, que praticarão grandes maravilhas e prodígios até mesmo seduzirem (se tal fora possível) os próprios escolhidos.” Mas advertindo cada um de nós cristãos, o Deus que salva nos diz: “Eu vo-lo anuncio, desde já. Se, pois, vos disserem: «Ei-l’O está no deserto», não saiais; ou se vos disserem: «Ei-l’O aqui, no lugar mais retirado de casa», não acrediteis também; pois, assim como o relâmpago parte do Oriente e brilha até ao Ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem”.
De fato o Senhor nos diz que virá como um relâmpago que parte do oriente ao ocidente, e que não devemos acreditar em nada diferente disso. Isso significa que de fato teremos, assim como antes do relâmpago uma nuvem escura, antes da vinda do Senhor um tempo de perseguição e luta, momento que pensaremos termos sido abandonados. Significa que o Senhor virá como de repente, como um ladrão, como um patrão que não avisa quando chega, mas diz que chega.
Então ao ser visto “o Filho do homem sobre as nuvens do céu, revestido de grande poder e majestade!” Cristo mandará “os seus Anjos, que farão retinir a trombeta em som estridente, e logo convocarão os escolhidos dos quatro ventos, desde uma extremidade dos céus até à outra!”. E quanto a isso Ele adverte: “aqueles que estão na Judeia fujam para as montanhas; aquele que se achar em cima do telhado não desça para ir buscar qualquer cousa a casa; e aquele que estiver nos campos não volte a casa para procurar algum vestido.”
Essa advertência nos lembra dos locais em que as almas podem estar no momento da vinda do Senhor, logo Ele diz que aqueles que estiverem na judeia que subam as montanhas da oração, que rezem, que encontrem fuga e esconderijo no Senhor. Quanto aqueles que ja estiverem em cima do telhado, que já estiverem no parte de cima do mundo, que não desça para salvar coisa alguma. Já sobre os trabalhadores do campo, que foram como Marta, agitados pelas coisas do mundo, que mesmo agora diferente de Marta, saíram da casa do Pai sem se preocupar em voltar, lhes diz que não tentem voltar para casa para procurar o vestido, pois ja não há mais tempo para que se volte a casa do Pai para conquistar as vestes da festa de casamento.
Isso é de fato o que devemos refletir sobre o evangelho de lemos hoje, Cristo há de voltar, Cristo que é o rei do universo, Senhor de todo e sumo bem, Aquele que conquistou nossa salvação, há de vir a este mundo com a Jerusalém celeste para o juízo final. Entretanto não sabemos quando Ele vem, mas sabemos que vem e isso pode ser a qualquer momento, todo e qualquer momento. Seja para o momento do juízo final, ou para nos chamar para o juízo particular.
Então reflitamos, onde está minha alma? Em qual condição ela se encontra? Estou eu procurando refúgio no Senhor ou me aproximando dos demônios que desejam minha alma? Estou eu vestido com as vestes limpas do batismo, da festa de casamento de Cristo com sua Igreja, ou estou com vestes sujas por ter rolado na lama do pecado? Aproveitemos enquanto temos tempo, pois logo este irá se encerrar. Se for agora o momento de Cristo me buscar ou d’Ele voltar, para onde serei eu mandado? Cristo dirá “vinde bendito de meu pai” ou “afastai-vois de mim, ide para o fogo eterno”?
Pois “Em verdade vos digo: «Esta geração não passará sem que isto aconteça. Passarão o céu e a terra; mas as minhas palavras não passarão”
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!
E Nossa Mãe Maria Santíssima! Um Santo Domingo!
As: a equipe litúrgica.
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